Após décadas a copiar o que os outros inventam, resta
a Portugal enveredar por uma linha própria e diferente daquela que tem imitado
política e economicamente. Nada impede Portugal de avançar num modelo político
novo de acordo com as necessidades nacionais. Um modelo que não seja a vontade
de lobbies e de interesses de elites
inúteis coladas a sistemas neoliberais caducados e seja um exemplo de inovação
também para outros países em dificuldades. Não é necessário inventar uma
ideologia, mas um método. Deixemos de ser o Zé Povinho a andar atrás do burro.
Poucos
se concentram no facto de que, para além da crise ocidental, a questão da
globalização não desapareceu. Aumenta silenciosamente trazida pela mão da China
e dos países emergentes do continente asiático unidos com Angola e o Brasil,
por intermédio da China, num triângulo interessado no controlo do capitalismo
ocidental. A China já possui a quase totalidade da dívida americana e vai
entrando na Europa inteligentemente pelas fronteiras dos países falidos. Primeiro
entraram na Grécia, no sector da indústria naval e portuário, depois entraram
em Portugal no sector energético (EDP e com interesse na REN). O que o governo prometeu
à China em troco da compra de cerca de mil milhões de obrigações nunca foi bem
explicado à nação. Terá sido o Porto de Sines, uma porta de entrada na EU
depois da afluência de contentores com mercadoria chinesa estar sujeita a
controlo e quotas em Hamburgo e Roterdão? A projetada instalação da fábrica de automóveis
chinesas em Portugal não irá contra os interesses da União Europeia? Será esse
o interesse da China na EDP? Energia? E que dizer dos interesses na Base das
Lages, se os americanos saírem, que poderão não assumir uma dimensão militar e
se resumirem a uma prática de logística. A China nunca se interessou, excluindo
a invasão do Tibete, pela hegemonia militar ou por confrontos diretos com o
Ocidente. Entra pela rota económica com lucros mínimos, mas em força.
É
contra esta supremacia dissimulada que a
União Europeia se opõe, enquanto os portugueses e os gregos se vendem ao
expansionismo chinês recorrendo a negociatas com companhias do domínio público.
O futuro não irá ser europeu e os fracos ocidentais, se não forem inteligentes,
ficarão para trás para servir os já poderosos asiáticos. A China quando entra,
dificilmente sai. Primeiro agradece e depois coloca condições.
As
vilas portuguesas estão abertas às lojas chinesas do comércio do dia-a-dia. A
China ataca a Europa em setores vulneráveis: na pequena, na média e na
microempresa (PME) deixadas ao abandono pelos próprios governos. O chinês que
vende de tudo e mais barato, substitui a pequena empresa especializada e cara. A
qualidade dos produtos chineses está em constante melhoria, após a China usar
engenheiros alemães muito bem pagos para o necessário controlo e colocar
estudantes em Universidades ocidentais. Estes estagiários não vêm gozar férias
nem “curtir” Erasmus.
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