24/04/2013

Portugal entregue ao arbítrio económico estrangeiro

A Europa fez muito por Portugal. Que fez Portugal pela Europa, para lá das poucas participações nos debates do Parlamento Europeu e na organização de eventos? Fez compras.
Em vez de comprar equipamentos para produzir o que a Europa precisasse, comprou tudo feito e deitou-se numa qualquer praia desse Mundo que ele diz ter descoberto e que já não lhe pertence, adormeceu e acordou tarde. Reparou então que se encontrava em degeneração financeira evolutiva.
Fazer-se-á aqui nas próximas mensagens uma avaliação dos benefícios e dos contras resultantes de uma hipotética regionalização de modelo federativo e cooperativo tendente a restaurar as instituições e os hábitos democráticos. Esta restauração impõe-se na presença de um empobrecimento generalizado devido às características timocráticas de um sistema político piramidal apoiado numa economia de mercado desregulada.
O problema não é só português. Está a acontecer noutros países europeus afetados pela crise financeira e principalmente onde existem grandes administrações públicas centralizadas. É o caso da Itália e da França. Seguem-se outros países da moeda única como a Grécia, a Espanha e a Irlanda. A própria Grã-Bretanha não pertencendo ao espaço euro debate-se com o problema de alto défice, desemprego e baixo crescimento económico.
Os países com sistemas federais ou descentralizados mostram estar em melhor posição para enfrentar a crise financeira. São exemplos a Alemanha, a Áustria, a Suíça e a Holanda, a Bélgica e o Luxemburgo, estes últimos fazendo parte da união denominada Benelux.
É necessário sair do marasmo em que as governações lançaram o País e que se sucedem desde a reforma política de 25 de Abril de 1974. Usando a fraude política e minando a democracia em desenvolvimento, estas governações conduziram Portugal à pobreza económica e social. Fala-se bastante em regionalismo, mas não há vontade política para o instituir. Regionalismo é sinónimo de Federalismo, se for cooperativo. Um Federalismo Cooperativo acabaria com parte do desgoverno institucional sistémico a que se assiste em Portugal. O "socialismo" português iria à vida.
Não estamos a tratar com uma descoberta de última hora, mas com uma tendência política portuguesa que nada tem de utopia como os críticos do Federalismo a classificam.
A questão federalista começou a ser discutida intensamente em Portugal no início do liberalismo, depois na 1ª República, acabando por desaparecer com o regime de Estado totalitário que impôs o unitarismo fascista. No séc. XIX e XX o país, por ter um regime colonialista mal organizado com objetivos imperialistas pouco definidos, diferenciava-se dos países que assumiram o sistema político federativo. O analfabetismo generalizado impedia a sociedade portuguesa de ter uma discussão política para além do discurso populista que se ouvia nas tertúlias ou à mesa das baiucas e cafés da cidade.